Gastroenterologia

O refluxo gastroesofágico é uma condição onde o ácido do estômago retorna ao esôfago, causando sintomas como azia e desconforto. O diagnóstico é baseado nos sintomas e pode ser confirmado com exames como endoscopia, que visualiza o esôfago, e pHmetria esofágica, que mede a acidez no esôfago.

O tratamento clínico envolve mudanças no estilo de vida, como evitar alimentos que pioram os sintomas (como comidas gordurosas, cafeína e álcool), não comer antes de deitar e elevar a cabeça da cama. Medicamentos como antiácidos, bloqueadores H2 e inibidores da bomba de prótons são usados para reduzir a acidez do estômago e aliviar os sintomas. Em alguns casos, medicamentos pró-cinéticos, que ajudam a esvaziar o estômago mais rapidamente, também podem ser prescritos.

Essas medidas, juntamente com um acompanhamento médico, ajudam a controlar os sintomas e a prevenir complicações do refluxo, como inflamação do esôfago.

As úlceras pépticas são feridas que se desenvolvem no revestimento do estômago ou do intestino delgado. Os sintomas comuns incluem dor abdominal, especialmente quando o estômago está vazio, e indigestão. O diagnóstico é feito através de endoscopia, um exame que visualiza o trato digestivo superior, e testes para a bactéria Helicobacter pylori, uma causa comum de úlceras.

O tratamento depende da causa da úlcera. Se a úlcera for causada pela Helicobacter pylori, uma combinação de antibióticos e medicamentos que reduzem a acidez do estômago, como inibidores da bomba de prótons ou bloqueadores H2, é usada para erradicar a bactéria e permitir que a úlcera cicatrize. Em úlceras não relacionadas a essa bactéria, os medicamentos para reduzir a acidez do estômago são a principal forma de tratamento.

Além dos medicamentos, mudanças no estilo de vida, como evitar o uso de anti-inflamatórios não esteroides (se estes foram a causa) e reduzir ou eliminar o consumo de álcool e tabaco, também são recomendadas para ajudar na cicatrização da úlcera e prevenir recorrências.

A intolerância à lactose é a incapacidade de digerir lactose, o açúcar presente no leite e em produtos lácteos. Os sintomas incluem inchaço, gases, diarréia e cólicas após consumir alimentos que contêm lactose. O diagnóstico é geralmente feito com base nos sintomas e pode ser confirmado por testes, como o teste de hidrogênio expirado ou o teste de tolerância à lactose sanguíneo.

O tratamento envolve a modificação da dieta para limitar ou evitar produtos lácteos. Alternativas sem lactose e produtos lácteos com baixo teor de lactose estão disponíveis. Suplementos de lactase, a enzima que falta em indivíduos com intolerância à lactose, podem ser tomados antes de consumir alimentos lácteos para ajudar na digestão da lactose.

É importante garantir uma ingestão adequada de cálcio e vitamina D, que são abundantes no leite, através de outras fontes ou suplementos. O manejo da intolerância à lactose é focado em reduzir os sintomas, mantendo uma dieta equilibrada e saudável.

A doença celíaca é uma condição autoimune desencadeada pela ingestão de glúten, uma proteína encontrada no trigo, cevada e centeio. Os sintomas variam e podem incluir diarreia, inchaço, dor abdominal, fadiga e perda de peso e manifestações extra intestinais. O diagnóstico é feito inicialmente através de exames de sangue que detectam anticorpos específicos. Uma biópsia do intestino delgado, realizada durante uma endoscopia, é frequentemente necessária para confirmar o diagnóstico.

O único tratamento efetivo para a doença celíaca é uma dieta estritamente sem glúten por toda a vida. Isso envolve evitar todos os alimentos que contêm trigo, cevada e centeio. Muitos alimentos processados podem conter glúten oculto, então é importante ler os rótulos cuidadosamente. Alimentos naturalmente sem glúten incluem frutas, legumes, carne, peixe, arroz e milho.

Adotar uma dieta sem glúten geralmente leva à melhora dos sintomas e à recuperação do intestino. Pode ser recomendável consultar um nutricionista para garantir que a dieta seja nutricionalmente equilibrada e para obter orientações sobre como evitar o glúten.

A síndrome de supercrescimento bacteriano é uma condição onde bactérias em excesso se acumulam no intestino delgado, causando sintomas como inchaço, gases, diarréia e perda de peso. O diagnóstico muitas vezes é feito com base nos sintomas e pode ser confirmado por um teste de hidrogênio expirado, que detecta gases produzidos pelas bactérias.

O tratamento geralmente envolve antibióticos para reduzir o número de bactérias no intestino delgado. Mudanças na dieta, como a redução de alimentos ricos em fibras e açúcares que alimentam as bactérias, também podem ser recomendadas. Em alguns casos, pode ser necessário tratar condições subjacentes, como a doença do refluxo gastroesofágico ou a doença celíaca, que podem contribuir para o supercrescimento bacteriano.

A gestão dessa condição pode exigir ajustes de longo prazo na dieta e, às vezes, tratamentos repetidos com antibióticos. Acompanhamento médico é importante para monitorar a resposta ao tratamento e ajustar conforme necessário.